sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Subsídio ESCOLA DOMINICAL LIÇÃO 05 CPAD - "Deus abomina a soberba"


Comentário sobre a lição 5 da revista Lições Bíblicasda CPAD (4o. trimestre de 2014): Integridade Moral e Espiritual
por: Carla Ribas

Introdução: O que é a soberba?

O primeiro passo para a compreensão dessa lição é pesquisar sobre o significado de 
soberba. Segundo oDicionário Aurélio, esse termo designa: orgulho, altivez, elevação, arrogância, sobrançaria. Assistindo ao Portal EBD, aprendemos a raiz da palavra citada: supérbiaqualidade de algo que se acha superior. A definição de soberba também aplica-se quando a pessoa acha que é a fonte dos seus próprios bens materiais e espirituais. Quanto à abominação, vale ressaltar o seu significado: repulsa”, asco.

O professor Dr. Caramuru Francisco faz um link com Thiago 1.17, onde lemos que tudo vem do Senhor, e também com Isaías 14, onde Satanás, antes um querubim ungido, se ensoberbeceu a ponto de almejar e tentar ser 
semelhante ao Altíssimo”. Mas o exemplo da sua queda e condenação ao fogo eterno demonstram que o juízo de Deus é severo. 

Um comentário que chama a atenção é que o período de 12 meses entre o sonho de Nabucodonosor e seu cumprimento foi a chance dada por Deus para que o rei se arrependesse dos seus pecados. Esse tempo que Deus deu a Nabucodonosor é uma figura da Dispensarão da Graça, o período de tempo em que a humanidade está vivendo. É o que Jesus, citando o profeta Isaías, chama de 
ano aceitável do Senhor.

Em Lucas 4. 18, lemos que Jesus entra na sinagoga, recebe o livro do profeta Isaías e lê a passagem correspondente ao capítulo 
61O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (ARA). O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (NVI).

Então, Jesus fechou o livro (rolo), pois estamos no 
ano aceitável do Senhor, no tempo que Deus nos deu para confessarmos e deixarmos os nossos pecados e usar de misericórdia para com os povos. Assim como ocorreu com Nabucodonosor, o juízo de Deus virá sobre a humanidade; a chance de arrependimento está sendo oferecida.

O livro de Daniel

O quarto capítulo de Daniel tem sito descrito como o documento governamental mais marcante dos tempos antigos. Iniciando com a inscrição Nabucodonosor, rei, esse documento falava com autoridade imperial a todos os povos, nações e línguas. Sem expressar vergonha ou apresentar desculpas, essa proclamação exaltava a Deus, o Altíssimo.

Poucos líderes mundiais em qualquer época têm sobrepujado Nabucodonosor em dar glória a Deus ou em expressar de forma correta seu sublime caráter. Esse capítulo bem poderia ser chamado de Teodicéia do Imperador, uma vindicação sublime dos julgamentos de Deus e sua justiça. Como são grandes os seus sinais, como são poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno; o seu domínio dura de geração em geração (3, NVI)

O período em que se deu o sonho

Não há indicação clara acerca do período no reinado de Nabucodonosor em que essa experiência humilde e esclarecedora veio a ele. Keil sugere que ela ocorreu “no período final do seu reinado, depois de ter participado de muitas guerras para a fundação e estabelecimento do seu império mundial, mas também, após concluir a maior parte das suas construções esplêndidas
”. Segundo a Septuaginta, os acontecimentos descritos datam do décimo oitavo ano do reinado de Nabucodonosor.

O sonho e seu cumprimento

O rei reconheceu que o espírito dos santos deuses estava em Daniel. A nota de rodapé da Bíblia HCSB (em inglês) reflete o fato de que Nabucodonosor persistiu em acreditar na pluralidade dos deuses. Porém, tendo sido repreendido (3.24-30) e sabendo que somente Deus poderia revelar o que estava escondido (2.47), é possível corrigir a frase alternativamente para: 
o espírito do Santo Deus está nele”.

Durante todo o capítulo, Daniel é mais frequentemente chamado por seu nome Beltesazar, pois essa é uma escrita sob a perspectiva do rei babilônico, não do exílio hebreu. O sonho do rei foi sobre uma árvore cujo topo encostava no céu. Encontramos uma expressão semelhante em Gênesis 11.4 para a torre da Babilônia, cujo topo deveria chegar aos céus. O tronco e as raízes poupados indicava a continuação da vida, o ferro e o bronze apontam para a proteção do tronco. A árvore representa o homem (o rei) pois o anjo declarou que a sua mente humana seria trocada pela de um animal durante sete tempos ou sete anos.

Mas, no meio desse presságio chocante de julgamento, que para o rei deve ter soado mais terrível do que a morte, veio a garantia da infinita fidelidade e misericórdia de Deus. Embora a árvore fosse cortada, o tronco foi deixado para reviver e crescer novamente. Além disso foi cercado de cadeias de ferro e bronze, um símbolo da firmeza e constância da promessa de Deus de sobrevivência e restauração.

Como servo fiel do rei, Daniel ficou alarmado com a severa disciplina que sobreviria ao rei. A arvore representava o rei Nabucodonosor, que seria acometido de uma doença mental que o faria viver na natureza, com os animais selvagens (ou do campo) durante sete anos até que se arrependesse do seu orgulho e reconhecesse que 
o Altíssimo domina sobre todos os reinos dos homens e os dá a quem ele quer”.

Esse é o único versículo em todo o AT em que 
Céus” é usado como um eufemismo para Deus. Daniel advertiu para que o rei se arrependesse (fazer o que era certo) na esperança de que isso evitaria a disciplina de Deus. Nabucodonosor não possuía menos do que três palácios na cidade da Babilônia. Ele estava andando no terraço de um deles quando ficou maravilhado com a glória da cidade e consumido pelo orgulho.

Ao exclamar “Acaso não é esta a grande Babilônia que eu (“eu eu mesmo”) construí […] com meu enorme poder e para a glória da minha majestade?
”, Nabucodonosor enfatizou a si próprio como a fonte da majestade. Ele pecou ao não dar o crédito e a glória a Deus como soberano Doador de todas as boas dádivas. Muitos anos mais tarde, o apóstolo Paulo repreendeu os coríntios fazendo a seguinte pergunta: “O que você tem que não tenha recebido?” (1 Co 4.7). Ao retardar a sentença de Nabucodonosor em um ano (v. 28), Deus o disciplinou no mesmo instante em que ele se deixou consumir pelo orgulho, enquanto as palavras ainda estavam nos seus lábios”.

Nabucodonosor pode ter sofrido de licantropia, uma psicopatologia: forma de loucura através da qual um indivíduo pensa ter se transformado em lobo ou em outro animal selvagem, e não tira completamente de suas vítimas a habilidade de raciocínio ou compreensão do que está acontecendo com elas. Dessa forma, é possível que o rei tenha percebido que seu próprio orgulho fora a causa da sua insanidade.

O rei se arrependeu do seu orgulho e reconheceu o Deus Altíssimo. Sua sanidade voltou instantaneamente, um sinal de que Deus havia suspendido a sentença. Como um epílogo à narrativa, Nabucodonosor glorificou a Deus, usando palavras que descrevem sua conscientização de que o domínio de Deus é eterno e também resume apropriadamente o tema do livro de Daniel: 


Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância.
Daniel 4.37

Carla Ribas

Referências

- Comentário Bíblico Beacon, Vol. 4, CPAD
- HCSB Bible
- FRANCISCO, 
Caramuru Afonso. Portal de Escola Dominical.
- O AT Comentado Versículo por Versículo. Editora Hagnos e CPAD
- Portal www.vivabonsmomentos.com



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