domingo, 26 de junho de 2016

Pastor Miranda, supervisor do Campo Eclesiástico de Mossoró, visitará a Assembleia de Deus em Paraú no dia 7 de Julho de 2016.

Pastor Edinaldo Domingos e Pastor Miranda - ADMOSSORÒ



 A ADPARAÚ estará realizando um Culto de Gratidão a Deus, para agradecer a conclusão da primeira fase da construção da Nova CASA PASTORAL. Nesta ocasião festiva, a igreja em Paraú estará recebendo a visita do seu supervisor, Pr, Francisco Miranda, que estará ministrando a palavra de Deus.

sábado, 25 de junho de 2016

Subsídio Escola Dominical - Lição 13 - CPAD - O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS



Texto Áureo: Rm. 16.27  Leitura Bíblica: Rm. 16.27

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea está marcada pelo individualismo, parafraseando um provérbio popular, tem sido “cada um por si e o diabo contra todos”. Na aula de hoje, a conclusão da Epístola aos Romanos, nos voltaremos para a importância do cultivo das relações interpessoais na igreja. Inicialmente, destacaremos os perigos às relações iniciais no âmbito eclesiástico. E ao final, apontaremos orientações bíblicas com vistas ao investimento nas relações interpessoais da igreja.

I – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

As conclusões das Epístolas de Paulo, dentre elas a de Romanos, identificamos a preocupação do Apóstolo com as relações interpessoais na igreja cristã. No capítulo 16 nos deparamos com uma longa lista de pessoas engajadas no ministério de Paulo. As palavras graciosas do Apóstolo revelam o cuidado que esse tinha com as pessoas da comunidade de fé. Essa atitude deve inspirar os crentes contemporâneos, sobretudo os líderes eclesiásticos, para não se esquecerem que estão lidando com pessoas, não apenas com coisas. Há pastores que se preocupam demasiadamente com os templos, mas não atentam para as pessoas que estão dentro dele. É importante ressaltar que as pessoas são mais importantes que as coisas, até mesmo que os rituais religiosos. Esse foi o pecado daqueles religiosos que desmereceram o homem jogado à beira do caminho, na parábola do Samaritano, contada por Jesus (Lc. 10.25-37). Uma das características principais do cristianismo deve ser a inclusão. A igreja em Roma era formada por crentes judeus e gentios, homens e mulheres, e todos foram instados por Paulo a viverem em união, mesmo com suas diferenças (Rm. 16.1,2). As mulheres tiveram papel importante no ministério de Paulo, ele destaca a atuação da irmã Febe, uma das servas do Senhor no Corpo de Cristo. Como demonstra Lucas em sua narrativa, as mulheres também foram importantes no ministério de Jesus, principalmente para o sustento financeiro (Lc. 8.3). Priscila, que não por acaso seu nome é citado antes do nome do esposo, foi uma mulher dedicada ao ministério (At. 18.2,18,26; I Co. 16.19; II Tm. 4.19).

II – PERIGOS ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

A igreja deve ser um ambiente para o envolvimento pessoal, por isso somos chamados de irmãos e irmãs. Fazemos parte da família de Deus, por isso devemos nos tratar como membros de uma irmandade. Por causa do individualismo predominante na sociedade contemporânea, muitas igrejas locais estão sendo solapadas. Os crentes não se envolvem uns com os outros, eles têm receio de mostrar suas limitações, sobretudo a normalidade. Há congregações em que as pessoas não se envolvem, elas se reúnem durante a celebração do culto, mas depois não sabem mais quem são. Esse individualismo reflete também no descaso em relação às necessidades dos outros, quando alguém não consegue ter o suficiente, pode até ser julgado por não ter se esforçado o suficiente. Esse cristianismo, influenciado pela filosofia neocapitalista, está adoecendo não apenas a sociedade, mas também as igrejas. A koinonia está em perigo, como no tempo dos judaizantes, cada um olha para seu umbigo, ou como diz o ditado, “puxa a brasa para sua sardinha”. O partidarismo está sendo normalizado na igreja, tendo também a política como fonte de intrigas e interesses. Como nos tempos de Paulo, há os “que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes” (Rm. 16.17). Naqueles tempos havia duas filosofias que estavam se infiltrando dentro das igrejas. O legalismo, que proibia tudo, e buscava orientar os crentes para as práticas judaicas; e o gnosticismo, que era permissivo, incitando os crentes ao antinomismo. O objetivo da igreja é glorificar a Deus (Rm. 11.36), para tanto os crentes devem aprender a conviver, a se aceitarem em suas diferenças, mas sem fazer concessões com a verdade do evangelho. 
III – O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O cultivo das relações interpessoais é fundamental para o crescimento, principalmente o espiritual da igreja. Para tanto, cada crente precisa passar por um processo de autoconhecimento, a fim de identificar suas falhas, fraquezas e imperfeições (Rm. 12.3). Isso é possível por meio de uma experiência cotidiana com o Senhor (Hb. 4.14-16), demonstrando sinceridade diante dEle (II Co. 3.17-18), na busca constante pela maturidade espiritual (Rm. 8.29; I Pe. 1.23-25). Esse é o princípio para perdoar os outros, e ser ministro da reconciliação (Ef. 4.1-6), mantendo a unidade do Espírito, pelo vínculo da paz. Deus perdoou a todos nós, e nos tratou com Sua graça maravilhosa. De igual modo, devemos perdoar uns aos outros (Cl. 3.13), e fundamentar nossos relacionamentos em humildade, seguindo o modelo de Cristo (Fp. 2.6). Os crentes da igreja de Jerusalém aprenderam essa lição desde cedo, pois todos os que criam estavam unidos, e tinham tudo em comum (At. 2.44). Isso somente acontecia porque os crentes sabiam o que era o amor-agape, a base do relacionamento fraternal (Rm. 12.10). Eles também se respeitavam, sobretudo os mais jovens em relação aos mais velhos, em especial os que exerciam liderança (Rm. 13.7; I Ts. 5.12,13). Viver em paz, exercitando graça e misericórdia, deve ser o alvo de todo cristão (Rm. 12.18; 14.19; II Co. 13.11). É interessante observar que Jesus sempre tinha compaixão das pessoas, ou para usar uma expressão mais contemporânea, ele “se colocava no lugar do outro” (Mc. 8.2). O mundo não sabe, mais precisa ansiosamente da igreja, pois essa, se souber a que veio, poderá fazer toda a diferença. Por outro lado, devemos permanecer alerta, para não nos deixar contagiar pela doença do individualismo, que está se naturalizando na sociedade, inclusive na igreja.
CONCLUSÃO
Fomos chamados por Deus para viver em comunhão – koinonia – e essa deve ser continuamente experimentada pela igreja. Para isso precisamos aprender a conviver com as diferenças, e a nos aceitar como um em Cristo. Precisamos, sempre que possível, criar oportunidades na igreja, a fim de cultivar os relacionamentos interpessoais. Não podemos ser apenas assistentes de cultos, mas pessoas engajadas, envolvidas umas com as outras, assumindo a posição de membros do mesmo corpo, o de Cristo (Rm. 12.4,5; I Co. 12.27).

sábado, 18 de junho de 2016

Subsidio para Escola Dominical - CPAD - 2º TRIMESTRE 2016 - Liçao 12 - COSMOVISÃO MISSIONÁRIA

 
 
 COSMOVISÃO MISSIONÁRIA
Texto Áureo: Rm. 15.20 Leitura Bíblica: Rm. 15.20-29

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A igreja que é Cristã tem responsabilidade missionária, sua atuação precípua é levar o evangelho de Jesus até os confins da terra. Na aula de hoje estudaremos a respeito da visão missionária de Paulo, bem como seu planejamento para execução da obra, e a atuação missionária. Inicialmente destacaremos que a obra missionária parte de Deus. Em seguida, essa precisa ser feita de acordo com a orientação dEle, e por fim, a igreja deve se envolver em missão, caso contrário, comprometerá sua condição de igreja.
I – A COSMOVISÃO MISSIONÁRIA
A sociedade contemporânea, sob a égide do politicamente correto, e da tolerância religiosa, tem se oposto à evangelização. Mas essa cosmovisão está equivocada, primeiramente porque todas as pessoas buscam defender seus princípios, mesmo que esses não sejam religiosos. Mesmo nas academias os pesquisadores buscam convencer e recrutar adeptos para seus paradigmas científicos. No tocante à fé cristã, a evangelização e a obra missionária, é um mandamento do próprio Cristo, que comissionou sua igreja para fazer discípulos (Mt. 28.19,20), em todas as etnias (Mc. 15.15,16), pregando a mensagem da morte e ressurreição de Cristo (Lc. 24.5,6), sob a autoridade de Jesus (Jo. 20.21), no poder do Espírito (At. 1.8). Paulo foi um dos primeiros, e um dos mais atuantes, missionário da igreja cristã. Ele foi chamado por Cristo para essa missão e a cumpriu cabalmente (At. 9), levando o evangelho até os confins da terra, através de três viagens missionárias. Conforme ele mesmo informa aos Romanos, Deus lhe deu a oportunidade de levar o evangelho desde Jerusalém até ao Ilírico. Como um missionário desbravador, não tinha a pretensão de levar o evangelho a lugares em que outros já tinham pregado (Rm. 15.20,21). O missionário verdadeiramente chamado por Deus não entra nesse sistema de competitividade eclesiástica, antes se preocupa com a salvação das almas. Uma igreja que busca investir no reino de Deus não enfoca os lucros que irá obter através da pregação. Onde estiver uma alma necessitada de salvação, ali deverá está um missionário amoroso que se sacrifica por Cristo.

II – O PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO
Para faz fazer, e ser missões a contento, a Igreja precisa planejar suas atividades. Paulo, como exemplo de dedicação a essa obra, estabeleceu bases em pontos de apoio. Para esse fim, Roma, por se tratar de uma metrópole, deveria se tornar uma base de apoio. A intenção do Apóstolo era ir a Roma: “quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia”. Isso demonstra também que o missionário precisa de apoio financeiro, pois não se pode fazer missões são contribuições. As igrejas que enviam missionário devem avaliar as condições, sobretudo porque são responsáveis pelas famílias que enviam. Por outro lado, os missionários enviando devem compreender que essa é uma obra desafiadora. Paulo foi um missionário experiente, e principalmente, não buscava glória própria, antes o crescimento do reino de Deus. Ele pretendia prosseguir com a obra missionária, mas antes deveria concluir a que havia iniciado (Rm. 15.26). Outra necessidade missionária é a de fazer intercâmbios, as igrejas devem se ajudar, principalmente diante dos trabalhos mais desafiadores. Paulo também dependeu de cobertura espiritual, ele pediu para que a igreja intercedesse por ele: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” (Rm. 15.30). Não podemos deixar de orar pela obra missionária, principalmente por aqueles obreiros que se encontram em zona de conflito, e que estão pondo suas vidas em risco pelo evangelho. Sempre que possível devemos nos identificar com suas adversidades, e servir de refrigério para eles. A visita ao campo missionário, o envio de uma mensagem, pode ter muito significado para aqueles que estão distantes.
III – A ATUAÇÃO MISSIONÁRIA
Ao longo da sua vida, Paulo fez três viagens missionárias, e uma quarta, já preso, quando foi conduzido a Roma. A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13.1 a 14.28. Essa foi uma missão para os gentios e o Apóstolo partiu de Antioquia. Do Porto da Selêucia, Ele seguiu juntamente com seus companheiros. Ao retornar para Antioquia, Paulo passa, então, a ser como o Apóstolo do evangelho da incircuncisão” (At. 15.22-26; Gl. 2.7). Durante essa viagem missionária Paulo escreveu a Epístola aos Gálatas. A segunda viagem missionária de Paulo se encontra registra em At. 15.36 s 18.22. Essa pretendia ser uma viagem para visitar as cidades nas quais o evangelho de Cristo havia sido pregado (At. 15.36). Após uma rápida visita a Éfeso, Paulo seguiu viagem, prometendo retornar se essa fosse à vontade do Senhor, e logo retornou para Antioquia (At. 18.19-21). Durante essa segunda viagem missionária Paulo escreveu duas cartas: I e II Epístolas aos Tessalonicenses. A terceira viagem missionária de Paulo se encontra registrada em At. 18.23 a 21.14. O Apóstolo segue mais uma vez em direção a região da Galácia e da Frigia. Em seguida, segue rumo a Ásia, para sua principal cidade, Éfeso. Enquanto era recebido por Tiago e os anciãos da igreja, alguns judeus da Ásia, que estavam presentes em Jerusalém, para celebrar a Festa de Pentecoste, acusaram Paulo de profanar a área do templo (At. 21.27-36), o que resultou em sua prisão pelo capitão romano da cidade. Nessa viagem missionária, além da Epístola aos Romanos, Paulo escreveu I e II Coríntios.
CONCLUSÃO
A igreja deve assumir a responsabilidade de fazer, e sobretudo, de ser missão. Uma igreja que não se envolve em levar o evangelho está fugindo do seu chamado. O desafio da evangelização é o de propagar a mensagem, simultaneamente, em Judeia, Samaria e até aos confins da terra (At. 1.8). Em se tratando especificamente de Roma, Paulo sabia que aquela cidade serviria de base missionária, a fim de que esse objetivo fosse alcançado.

Assembleia de Deus no Brasil - 105 ANOS de HISTÓRIA!! (Extraido da pagina do Tiago Bertulino)


As Assembleias de Deus no Brasil estão completando, neste dia 18 de junho, 105 anos de fundação. Tudo começou com a vinda de dois missionários suecos que antes de chegarem ao Brasil visitaram o movimento de despertamento e avivamento espiritual da Rua Azuza em Los Angeles, EUA.
Daniel Berg e Gunnar Vingren atenderam a chamada missionária ao receberem uma revelação de Deus acerca do Pará. Porém, ambos não sabiam onde ficava. Ao pesquisarem no mapa descobriram que se tratava da região norte de nosso país. Obedecendo ao “ide” chegaram a terras brasileiras em 19 de novembro de 1910.
A princípio reuniram-se com as igrejas batistas aqui já instaladas, mas como traziam na bagagem a doutrina pentecostal do batismo no Espírito Santo com a evidência do falar em línguas e a atualidade da concessão de dons espirituais como nos tempos apostólicos, não demorou para que o Senhor Jesus começasse a batizar os membros daquela igreja que, não aceitando a nova doutrina, decidiram desligar da comunhão os crentes que se uniram aos missionários. Entre eles, a irmã Celina Albuquerque, que na madrugada de 02 de junho de 1911 recebeu o batismo no Espírito Santo e falou em línguas conforme a promessa descrita no livro do profeta Joel 2 e seu cumprimento em Atos dos Apóstolos 2. Ela foi a primeira crente da igreja Batista de Belém a ser batizada. Logo outros foram batizados também. Um total de 13 membros deixou a igreja Batista em Belém do Pará para juntar-se aos missionários e fundarem em 18 de junho de 1911 a igreja Missão da Fé Apostólica.
Muitos estavam curiosos para conhecerem a nova doutrina. Houve rejeição por parte de alguns, mas muitos abraçaram a doutrina porque viam nas páginas da Bíblia a confirmação do que era pregado e ensinado pelos missionários estrangeiros. A essa altura as reuniões de oração que no início aconteciam na residência dos missionários, passaram à residência da irmã Celina de Albuquerque.
Reunidos na casa da irmã Celina, por sugestão de Gunnar Vingren, em 18 de janeiro de 1918, registrou-se a igreja Assembleia de Deus, nome que traz até hoje. Tendo origem no movimento pentecostal do início do século XX na América, as Assembleias de Deus do Brasil, cresceram nos moldes da igreja do Novo Testamento, onde os discípulos cheios do Espírito Santo levaram o Evangelho a todo o mundo.
Não muito tempo depois, as Assembleias de Deus chegaram aos grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, como Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte. Em 1922 chegou ao Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém (PA) em 1924, para a então capital da República.
Desde 1930, quando se realizou a primeira Convenção Geral dos pastores na cidade de Natal (RN), as Assembléias de Deus no Brasil passaram a ter autonomia interna, sendo administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem, contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos EUA através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação.
Em virtude de seu fenomenal crescimento, principalmente depois dos anos 90 com a criação e ação da chamada Década da Colheita, iniciativa das Assembléias de Deus, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, as autoridades religiosas e seculares despertaram para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante. Tal possibilidade se tornou ainda mais real com a divulgação entre o final de 2006 e início de 2007 por um instituto de pesquisa de que, com vinte milhões de fiéis, o Brasil é o maior país pentecostal do mundo.
Atualmente, os mesmos institutos de pesquisa apontam para uma mudança no perfil evangélico brasileiro em todos os setores da sociedade por conta da ação do Evangelho. As Assembleias de Deus estão hoje em todas as camadas da sociedade, inclusive com representantes na esfera política do Congresso Nacional. Como agente de mudança não somente espiritual, vê-se a igreja agindo em grande escala em trabalhos sociais de grande envergadura e empenhada a mudar a face do nosso país a partir do Evangelho de Jesus Cristo, tendo templos em quase todas as cidades brasileiras.






sexta-feira, 10 de junho de 2016

Subsídio para Escola Dominical - A TOLERÂNCIA CRISTÂ


Texto Áureo: Rm. 14.17  Leitura Bíblica: Rm. 14.1-7


 Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Hoje, como nos tempos em que Paulo escreveu sua Carta aos Romanos, existem crentes fracos na fé, que têm consciência limitada em relação à sua liberdade cristã. Diante disso, e a partir das instruções que nos dá o Apóstolo, precisamos de discernimento espiritual para sermos tolerantes para com eles a fim de que não venham a ser destruídos, mas edificados em amor. Ao mesmo tempo em que devemos ser instrumentos de Deus para a maturidade dos crentes mais débeis na fé.

I – TIPOS DE CRISTÃOS
Os fracos na fé em Roma, pelo que podemos depreender contexto, eram os cristãos judeus, cuja fraqueza cultural (não moral), os deixava duvidosos quanto ao que fazer ou deixar de fazer em suas consciências, e por conseguinte, em suas práticas. Pelo que depreendemos do contexto, eles permaneciam comprometidos com as regras judaicas, especialmente, no que tange às dietas e a guarda de dias religiosos (Rm. 14.14.20). Paulo, ao longo de sua exposição, se põe ao lado dos fortes na fé, ele, inclusive, se apresenta como um dos fortes (Rm. 15.1). Contudo, por causa do amor, e talvez, considerando a decisão do Concílio de Jerusalém (At. 15.19), ensina aos fortes a serem tolerantes para os cristãos mais fracos. A recomendação de Paulo é que coisas como seguir uma determinada dieta e a escolha de dias religiosos, contanto que não comprometam a doutrina da salvação pela graça, por meio da fé em Cristo (Ef. 2.8,9; Gl. 1.8,9), devem ser postos como assuntos secundários e não devem ser motivo para alguém vir a julgar seu irmão (Rm. 14.3,4). Não recebemos do Senhor a incumbência para ser juízes dos nossos irmãos, tal somente pertence ao Supremo Juiz, por isso, Paulo cita Is. 45.23. Não sirvamos, portanto, de pedra de tropeço para os nossos irmãos, antes os encaminhemos, em amor, à maturidade.

II – VIVENDO A VERDADEIRA LIBERDADE EM CRISTO
Conforme apontamos anteriormente, Paulo se coloca a favor dos fortes, e ele mesmo se considera um dos tais. Mas, conforme escreve aos Coríntios (I Co. 6.12), embora tudo nos seja lícito, nem tudo nos convém, a fim de que os mais fracos não sejam escandalizados (literalmente, não venham a tropeçar). Nesse sentido, podemos dizer que nossa liberdade em Cristo é redimensionada pelo amor aos nossos irmãos fracos, já que, para eles, se agirem contra suas consciências, estarão pecando. Isso não quer dizer que nossa consciência seja infalível, ela pode, inclusive ser cauterizada (I Tm. 4.2), mas nós, os mais fortes, não podemos deixar de respeitar as consciências fracas dos irmãos que pecam contra seus princípios se agirem contra eles (Rm. 14.23). Por causa desses irmãos mais fracos, Lutero, lembrava que "o cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a ninguém, e ao mesmo tempo, o cristão é o mais dócil servo de todos, sujeito a todos". Evidentemente, isso não quer dizer que devemos aceitar evangelhos contrários àquele revelado nas Escrituras (Gl. 1.7-9). A tolerância se dá no contexto daquilo que é secundário à doutrina cristã. A esse respeito, é válido destacar a célebre declaração de Agostinho: “nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade; em tudo, a caridade”.
III – DEVEMOS NOS ACEITAR MUTUAMENTE
Com vistas à unidade do corpo de Cristo, precisamos cultivar o amor cristão (Rm. 12.10) a fim de que possamos desenvolver o mesmo sentimento de Cristo (Rm. 12.16). Para isso, aqueles que são mais fortes na fé não podem ser orgulhosos, mas condescendentes com os mais francos. Para esse fim, faz-se necessário que suportemos, que, em grego, dá ideia também de “sustentar” e “transportar” (Rm. 15.1). Isso remete ao que está escrito em Gl. 6.2: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”. Visando a harmonia da igreja, pode haver casos em que tenhamos não só que tolerar, mas também, sofrer, enfrentando pacientemente as privações. Seguindo o exemplo do que nos ensinou o Mestre em Mt. 5.40,41, mesmo libertos em Cristo, precisamos, em alguns casos, caminhar a “segunda milha”. Assim, por causa do amor a Cristo e aos nossos irmãos, nos, os mais fortes, nos tornamos servos dos mais fracos, a fim de conduzi-los ao Senhor (I Co. 8.9; 9.22). Como o Filho do Homem, não estamos aqui para sermos servidos, mas para servir (Mc. 10.45), e seguindo Seu exemplo, devemos nos compadecer das fraquezas dos outros (Hb. 4.15).

CONCLUSÃO
Os cristãos fortes, em relação aos fracos, precisam, inicialmente, suportar suas fraquezas, e, diante delas, não podemos ser egocêntricos, antes devemos buscar agradar o próximo, para o bem dele a fim de edificá-lo (Rm. 14.15). Para isso, não devemos colocar tropeços em sua vida (Rm. 14.13,20,21), nem destruí-lo (Rm. 14.20) ou prejudica-lo (Rm. 14.15). Como o objetivo é a edificação, isso inclui, também, o ensino amoroso a fim de que a fé do fraco seja fortalecida, bem como sua consciência. E, assim, o fraco também passará a ser forte, como certamente fez Paulo quando a Carta aos Romanos foi lida entre os irmãos.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Subsídio Escola Dominical - 2º Trimestre 2016 - Lição 10 CPAD - "Deveres Civis, Morais e Espirituais.


Data: 5 de Junho de 2016
TEXTO ÁUREO
 “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13.1). [Comentário: Os crentes têm uma base racional distinta para se submeterem, de modo apropriado, às autoridades governamentais: o reconhecimento de que o próprio Deus é a fonte do governo na sociedade humana (Pv 8.15,16; Dn 2.21).]
VERDADE PRÁTICA
Diante da sociedade, o crente tem deveres civis, morais e espirituais.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 13.1 - É Deus que constitui as autoridades para que governem com justiça
Terça — Rm 13.2 - Resistir às autoridades é resistir à ordenação de Deus
Quarta — Rm 13.3 - As autoridades são constituídas para punir os que fazem o mal
Quinta — Rm 13.5 - Os crentes devem respeitar as autoridades
Sexta — Rm 13.7,8 - Pagando os tributos e não devendo nada a ninguém, a não ser o amor
Sábado — At 5.29 - A obediência a Deus deve vir sempre em primeiro lugar
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 13.1-8.
1 — Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 — Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 — Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4 — Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.
5 — Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 — Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7 — Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
8 — A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
HINOS SUGERIDOS
10, 185 e 436 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar que o crente tem deveres civis, morais e espirituais para com a sociedade na qual está inserido.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
    I. Apontar os deveres civis daqueles que foram alcançados pela graça divina;
    II. Explicar os deveres civis dos crentes;
    III. Relacionar os deveres espirituais dos crentes.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Dando prosseguimento ao estudo da Epístola aos Romanos, estudaremos o capítulo 13. Neste capítulo Paulo mostra que a nossa vida de fé em Jesus Cristo precisa ser revelada em nossos relacionamentos interpessoais e com as autoridades constituídas. O crente deve respeitar e se submeter às autoridades legitimamente constituídas. Porém, isso não significa que ele deva concordar com o pecado daqueles que estão em uma posição de liderança, como por exemplo, a corrupção, o roubo e leis que são contrárias a Palavra de Deus, como por exemplo, a legalização do aborto. Somos cidadãos dos céus, mas enquanto vivermos neste mundo, precisamos pagar nossos impostos e seguir as leis estabelecidas (13.1-5). Nosso respeito e submissão as autoridades revelam o quanto amamos e respeitamos o Todo-Poderoso e as suas Leis.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos o capítulo 13 da Epístola aos Romanos. Paulo trata neste capítulo a respeito da relação dos crentes com as autoridades. Viver pela fé na justiça de Deus implica obedecer às leis, as autoridades governamentais, pagar impostos e seguir as regras e normas estabelecidas, demonstrando então que somos uma nova criatura. A submissão do crente às autoridades revela seu amor e sua obediência às leis de Deus. [Comentário: Depois de comentar sobre a atitude própria do crente em relação a Deus, em relação aos irmãos na fé e em relação aos de fora (inclusive inimigos), Paulo agora descreve como os filhos de Deus devem relacionar-se com as autoridades governamentais. Paulo começa seu texto dizendo que todos devem se sujeitar às autoridades governamentais. Mas o que isso significa? O desenrolar do capítulo 13 explica esta sujeição evidenciando seu interesse em uma obediência não ao indivíduo governante, mas à autoridade governamental no exercício de sua função. Podemos dizer porque a linguagem paulina está sempre relacionado à obediência às leis. O governo civil é um meio ordenado por Deus para reger e manter a ordem nas comunidades. Soma-se a esse,o governo de ministros na Igreja e pais no lar. Em nosso mundo decaído, essas autoridades são instituições da “graça comum” de Deus, colocada como anteparo contra a anarquia e contra a dissolução da sociedade ordenada. No texto áureo, o termo “autoridade” é a tradução do grego exousia, Strong 1849: Uma das quatro palavras para “poder” (dunamis, exousia, ischus e kratos), exousia significa a autoridade ou o direito de agir, habilidade, privilégio, capacidade, autoridade delegada. Exousia é o direito de usar dunamis. É importante salientar que Paulo não sugere que Deus aprova uma autoridade corrupta, oficiais ímpios ou legislação injusta, embora algumas vezes, em punição aos pecados de uma pessoa ou por outros motivos conhecidos por Deus, ele permita que os governantes maus tenham autoridade por algum tempo. Idealmente, Deus concede autoridade para fazer boas obras (v.3-4). A maneira como essa autoridade é exercida será responsabilidade de cada um a quem ela foi concedida.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
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PONTO CENTRAL
O crente tem deveres civis, morais e espirituais para com a sociedade.
I. DEVERES CIVIS (Rm 13.1-7)
1. A natureza do Estado. O apóstolo Paulo parte do princípio de que toda autoridade é constituída por Deus. [...] “Não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13.1 — ACRF). A tradução Almeida Corrigida Revisada Fiel usada aqui deixa ambíguo o sentido desse texto ao usar a palavra potestade em vez de autoridade. O termo potestade dá uma conotação de que a referência seja a seres espirituais. Todavia, o termo exousia (autoridade), que ocorre 102 vezes em o Novo Testamento grego, quatro vezes neste capítulo, possui o sentido, nesse contexto, de governantes civis. A referência, portanto, diz respeito às autoridades civis, quer locais, quer nacionais. O princípio da autoridade constituída, ou delegada, vem de Deus, e por isso o crente tem o dever de se submeter a ela. Esse princípio é fartamente documentado no Antigo Testamento, onde é mostrado que nenhum governante exerce autoridade fora do domínio de Deus (Pv 8.15,16; Dn 2.21; Is 45.1-7). [Comentário: Como Paulo vai desenvolver a ideia da submissão à autoridade civil em Romanos 13.1-7? Paulo declara que esses governantes foram designados por Deus, de modo que os que se lhes opõem estão resistindo à ordenação de Deus. O insubmisso é definido em termos de praticar a maldade (v. 3), não pagar os impostos (v. 7) e não temer e honrar os líderes (v. 7), estrutura esta que se repete em outro texto Paulino e até mesmo na fala de Pedro (Tt 3.1 e 1Pe 2.13-14), onde sujeição sempre vem antes ou em paralelismo com obedecer às leis, não agindo como um malfeitor. Desta forma, poderíamos reescrever a ordenança paulina, trazendo o que foi escrito aos romanos debaixo de um império para nosso momento, sob uma democracia representativa constitucional como “Todos devem obedecer a lei”.]
2. O propósito do Estado. A natureza espiritual de um governo civil está no princípio da autoridade a ele delegada. O propósito da sujeição do crente à autoridade constituída, segundo Paulo, é especificado em Romanos 13.3,4. A razão dada é a promoção do bem e a punição do mal por parte da autoridade. Em outras palavras, a manutenção da ordem. Sem obediência a autoridade corre-se o risco de se cair numa anarquia. É por isso que o apóstolo diz que o governo é ministro de Deus para a promoção do bem comum, bem como para frear o mal. A palavra ministro, no grego, é diáconos, vocábulo que mostra o princípio divino por trás do governo humano. São ministros a serviço de Deus, mesmo que sejam governantes pagãos, como, por exemplo, os imperadores Ciro e Nabucodonosor (Is 45.1; Dn 4.17). O princípio bíblico em relação às autoridades é que o cristão as respeite e as honre (Rm 13.7). A desobediência civil só se justifica no caso de conflito entre a lei humana e a divina (At 5.29). No caso de governos que decretam leis injustas e estados totalitários que privam o exercício da fé, o cristão, em razão da sua consciência para com Deus, deve moldar-se pela Palavra de Deus, para isso, estando disposto a assumir todas as consequências de seus atos. [Comentário: Os crentes de Roma deveriam ter em mente que os magistrados foram designados por Deus com o fim de promover o interesse do povo sobre quem têm responsabilidade. Portanto, a fim de evitar a ira de Deus, e também por causa da consciência daqueles a quem a carta de Paulo foi escrita – os crentes de todas as épocas – devem submeter-se às autoridades civis. Os que seguem o curso oposto, seria bom que se lembrassem de que estão se opondo ao próprio Deus; além disso, o magistrado não porta sua espada sem motivo. A autoridade do Estado visa o benefício da sociedade, essa é a sua função normal, e Paulo pressupõe que isso pode ter lugar em termos práticos,mesmo quando as autoridades do governo sejam reconhecidamente não cristãos, como era o caso daquela igreja. Pelo fato de o governo civil existir para o bem de toda a sociedade, Deus lhe confere o “poder da espada”, o uso legal da força para aplicar as leis justas (v.14), e os crentes devem reconhecer isso como parte da ordem de Deus (v.1-2). Entretanto, se um governo civil proíbe aquilo que Deus exige ou exige aquilo que Deus proíbe, o crente não deve submeter-se, assim, alguma forma de desobediência civil se torna inevitável (At 4.18-31; 5.17.29). O compromisso maior dos cristãos é com Cristo, o Senhor (Fp 2.11); a sua verdadeira pátria está nos céus (3.20). Isso relativiza a importância do estado e de todas as instituições humanas.]
3. A igreja e o Estado. Paulo mostra que a sujeição por parte dos cristãos às autoridades deve-se primeiramente por razões de obediência. Nesse caso o crente deve submeter-se ao poder coercitivo da lei, pagando impostos e tributos. É interessante notar que Paulo fala de dois tipos de tributos nesse capítulo, phoros e telos. O primeiro termo é uma referência aos impostos diretos enquanto a segunda aos indiretos. Paulo aconselhou os crentes a cumprirem seus deveres pagando seus impostos (Mt 22.21). Mas havia uma razão a mais para a submissão à autoridade — a consciência do crente. O crente não deveria se sujeitar a autoridade simplesmente por medo da lei, mas por uma questão de consciência diante de Deus. [Comentário: A esfera de autoridade da Igreja relaciona-se com o governo civil no âmbito da moralidade. Os crentes devem exigir que os governos civis cumpram o seu papel; devem orar pelo governo civil, obedecer-lhes e estar atentos em relação a eles lembrando-os de que foi Deus quem os estabeleceu para governar proteger e manter a ordem. No versículo cinco Paulo dá duas razões pelas quais os crentes devem obedecer a autoridade: 1) Pelo castigo, isto é, para evitar a punição que as autoridades executam sobre aqueles que fazem o mal (v.4), e 2) Pela consciência, isto é, pois queremos ter a consciência tranqüila perante Deus, que estabeleceu a autoridade e nos manda obedecer-lhe. Para um aprofundamento nesse assunto, sugiro a leitura do artigo ‘IGREJA E ESTADO: UMA VISÃO PANORÂMICA’, de Alderi Souza de Matos, disponível no link: http://www.mackenzie.br/7113.html.]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O crente tem deveres civis a cumprir.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Submissão as autoridades (13.1)
‘Toda alma esteja sujeita às potestades superiores’. O apóstolo recomenda a submissão à autoridade constituída. A seguir, o texto declara a razão por que devemos nos submeter às autoridades: ‘Porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus’. A palavra ‘potestade’ refere-se a ‘autoridade ou poder delegado’. Neste parte do versículo, Paulo declara que toda a autoridade vem de Deus.
13.2. Neste versículo, o resistir às autoridades significa resistir a Deus, por isso estamos legalmente obrigados a reconhecer e a obedecer às autoridades constituídas. Resistir à autoridade é opor-se à lei divina, pois Deus mesmo reconhece a lei civil. Quebrar a lei ou transgredi-la implica em consequências negativas, isto é, em condenação, não só da parte das autoridades civis, mas também da parte de Deus.
13.3,5. ‘Porque os magistrados não são terror para as boas obras’. Quando alguém pratica o bem não tem o que temer. Note que Paulo declara que a autoridade civil é ministro de Deus (v.4), por isso, o crente deve orar a Deus pela autoridades constituídas e submeter-se a elas (v.5). Devemos nos submeter às autoridades por dever de consciência. O crente obedece, não por medo de ser punido, mas porque sua consciência lhe mostra o que deve fazer” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.139).
II. DEVERES MORAIS (Rm 13.8-10)
1. A dívida que todos devem ter. O apóstolo reconhece os deveres do cristão em relação ao Estado, e aconselhou a não ficarem em débito com ninguém: “A ninguém devais coisa alguma [...]” (Rm 13.8). Em palavras atuais, significa que o crente deve ter o “nome limpo na praça”. Por outro lado, Paulo reconhece outra natureza de dívida, esta não negativa, mas positiva para o crente. A dívida do amor. Não podemos dever nada a ninguém, exceto “o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). Orígenes, um dos pais da igreja antiga, dizia que “a dívida de amar é permanente e nunca a saldamos; por isso devemos pagá-la diariamente, e sem dúvida, continuaremos devendo”. Amar o semelhante é uma obrigação moral que temos para com a raça humana. [Comentário: Tendo-se preocupado, em 13.1-7, com o cumprimento, pelo crente, da sua responsabilidade política, Paulo prossegue passando agora a resumir a sua exortação ética particularmente ao mandamento do amor, que abrange tudo. “A ninguém devais coisa alguma”: o tempo presente grego da proibição pode ser traduzido assim: “continue não devendo nada a ninguém”. O versículo, provavelmente, não proíba todas as dívidas, mas certamente proíbe uma atitude de contentamento com o endividamento ou achar que o endividamento seja uma situação normal (Sl 37.21). Esse versículo repete na forma negativa a ordem positiva do versículo 7: “Daí a todos o que é vossa obrigação dar-lhes”.]
2. A segunda tábua da lei. Paulo havia falado muito sobre a Lei nos capítulos anteriores, e aqui novamente ele volta a citá-la: [...] “quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). A lei dada a Moisés no Sinai foi escrita em duas tábuas (Êx 34.1). Os quatro primeiros mandamentos enfatizam o relacionamento vertical, isto é, entre Deus e os homens: Não ter deuses estranhos; não fazer imagens; não profanar o nome de Deus e guardar o sábado. Por outro lado, os outros seis mandamentos são horizontais, isto é, enfocam o relacionamento entre as pessoas: Honrar os pais; não matar; não adulterar; não furtar; não dar falso testemunho e não cobiçar. O interesse do apóstolo pelas relações interpessoais fica claro quando ele cita, em Romanos 13, esses mandamentos: “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás [...]” (Rm 13.9). [Comentário: Se realmente compreendermos o mandamento de amar ao próximo, nós cumpriremos todos os deveres sociais e observaremos especialmente aqueles mandamentos mais fundamentais nos relacionamentos humanos. O versículo 9 é um resumo das leis morais de Deus; todavia, um resumo não deve ser usado para contradizer um dos itens que está resumindo. Portanto, dizer que o amor ao próximo exige que alguém quebre algumas das leis de Deus de vez em quando, é um mal-entendido das Escrituras. O amor aqui descrito é reflexo do amor divino demonstrado em o Pai dar seu Unigênito, por amor por aqueles que não O amavam, para padecer no lugar de pecadores. Crer e desfrutar dessa tremenda realidade do amor divino sustenta o amor por Deus e pelo próximo que os dois grandes mandamentos das Escrituras exigem (Mt 22.35-40). O nosso amor é a expressão da gratidão pelo amor gracioso de Deus para conosco e deve imitá-lo como modelo (Ef 4.32; 1Jo3.16), e o amor de Deus não é sentimental, mas orientado para a ação (Jo 3.16; 1Jo 4.10) e constante.]
3. O segundo grande mandamento. Paulo reforça o seu argumento sobre a lei do amor citando Levítico 19.18. Ele conclui dizendo que “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). O mandamento do amor sintetiza todos os outros preceitos que promovem as relações (Rm 13.9). [Comentário: Os crentes têm obrigações para com o Estado; e os crentes também têm obrigações para com outros seres humanos. Os versículos 8 a 14 continuam a discussão do capítulo 12 sobre a responsabilidade cristã de amar os outros. O amor cristão é descrito por Paulo em 1Co 13, onde é marcante sua total ausência de interesse próprio. Mais do que simples emoção – como normalmente é entendido pelo mundo – o amor cristão é um princípio de ação; é uma questão de fazer algo pelos outros por compaixão a eles, sem levar em consideração se sentimos ou não afeição por eles. É por esse amor que seremos reconhecidos como discípulos de Jesus (Jo 13.34-35). O crente deve se preocupar com o próximo como alguém que foi criado a imagem de Deus; essa é a atitude que devemos demonstrar para com os nossos semelhantes (Lc 6.31).]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O crente precisa obedecer princípios morais estabelecidos por Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
 “Deveres Morais (13.11-14)
Neste texto, encontramos um imperativo moral para um viver cristão autêntico. É um apelo à vigilância cristã e à conscientização da urgência do tempo.
13.11. ‘E isto digo, conhecendo o tempo’. Que há dentro desse tempo? São os sinais predeterminados da vinda de Cristo. Por isso, a continuação do versículo 11 é uma exortação ao despertamento espiritual contra toda a indiferença e frieza. Estar despertado implica em estar de prontidão espiritual.
13.12. ‘As obras das trevas’ se contrapõem às obras da luz, pois são originadas pelo príncipe das trevas, e suas obras são más e traiçoeiras. Entretanto, o Senhor nos oferece as ‘armas da luz’ que são a graça, a bondade e a verdade do reino de Cristo.
13.13,14. ‘Andemos honestamente’ (v.13). Diz respeito ao comportamento moral do crente, ‘não em glutonaria, nem em bebedeiras, nem em desonestidade, nem em dissoluções, nem em contendas e invejas’. Ora, o padrão neotestamentário rejeita as obras da carne. Deus abomina a licenciosidade e a intemperança. Porém, no versículo 14, Paulo convida: ‘Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo’. Significa recebê-lo no coração e deixá-lo dominar inteiramente a nossa vida. Não há vitória moral fora de Cristo. Estar revestido de Cristo é ter a presença pessoal do Espírito Santo dentro de nós, limpando e purificando o nosso interior” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.140).
III. DEVERES ESPIRITUAIS (Rm 13.11-14)
1. Consciência escatológica (v.11). Encabeçando a lista dos deveres de natureza espiritual, Paulo apresenta um de natureza escatológica: “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono [...]” (Rm 13.11). A palavra tempo, aqui, traduz o termo grego kairós, que significa tempo oportuno. Para o apóstolo, a vinda de Jesus era uma realidade sempre presente na vida do crente. [Comentário:conhecendo o tempo” - Este termo para tempo (kairos) era usado no sentido de um período especial de tempo, não o tempo regular cronológico (chronos). Os crentes têm que viver à luz da expectativa da volta de Cristo a qualquer momento. Os versículos 11 a 14 têm uma orientação escatológica, isto é, em direção ao fim do tempo. O contraste entre trevas e luz é uma característica da literatura judaica, também comum nos escritos de João e Paulo. É a tensão do “já” contra o “ainda não” da vida cristã como o estímulo para um viver piedoso, pois a era do Reino de Deus foi inaugurada e está para ser consumada em breve, e é muito semelhante ao texto de 1Ts 5.1-11.]
2. Consciênia da salvação e do Espírito Santo (vv.11,14). Nos dois últimos versículos de Romanos 13, observamos que há a necessidade de uma consciência que seja soteriológica e pneumatológica (Rm 13.11). A referência direta ao Salvador está na palavra salvação e a referência indireta ao Espírito Santo está na frase: [...] “E não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm 13.14). É o Espírito quem produz o fruto na vida do crente de forma que este possa vencer as concupiscências da carne (Gl 5.19-22). Cabe ao cristão andar no Espírito para não satisfazer os desejos da carne. [Comentário:a nossa salvação está mais perto” – A salvação é uma decisão inicial e um processo. A salvação não será completada enquanto os crentes não tenham recebido seus novos corpos (1Jo 3.2; 1Ts 4.13-18; Hb 9.28; 1 Pe 1.5). Teologicamente isto é chamado de “glorificação” (Rm 8.30). É a esperança de cada geração de cristãos ter a expectativa de que o Senhor retornará durante as suas vidas (Lc 21.28). Paulo não era exceção (1Ts 4.15). Os versículo 13 e 14 tiveram um impacto transformador na vida de Agostinho, no verão de 386 d.C.. Ele escreve em suas Confissões 8.29: “Eu não queria ler mais, nem precisava; no final desta frase, instantaneamente uma luz clara inundou meu coração e todas as trevas de dúvida desapareceram”. A vida cristã começa com a decisão (justificação e santificação instantânea), mas tem que resultar em um estilo piedoso de vida (santificação progressiva), que termine na semelhança de Cristo (glorificação). Para isso, a pessoa tem que aceitar a oferta divina em Cristo (Jo 1.12; 3.16; Rm 10.9-13). Esta decisão inicial não é o fim, mas o começo! No versículo13, “Andemos honestamente”, significa literalmente “caminhar”. Isto era uma expressão idiomática hebraica referente ao estilo de vida.]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O crente precisa obedecer princípios espirituais estabelecidos por Deus.
SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO
 “Romanos 14.10-12
Cada um de nós dará contas do que faz a Cristo, não aos demais irmãos. Embora a Igreja procure ser inflexível em sua posição contra certas atividades ou comportamentos expressamente proibidos pelas Escrituras (adultério, homossexualidade, assassinato e roubo), ninguém deve criar regras e regulamentos adicionais, concedendo-lhes uma condição semelhante à lei de Deus. Muitas vezes, os cristãos baseiam seus critérios morais em opiniões, particularidades pessoais ou preceitos culturais, em vez de na Palavra de Deus. Quando o fazem, mostram como sua fé é fraca e não imaginam como Deus é suficientemente poderoso para guiar seus filhos. Quando nos colocamos perante Deus e prestamos contas de nossa vida, não nos preocuparemos com o que nosso vizinho cristão fez (2Co 5.10)” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1575).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos as responsabilidades que o cristão deve assumir, tanto no convívio social como espiritual. Como ser social, temos deveres para com o Estado. Devemos respeitar a ordem estabelecida. Todavia, como ser moral e espiritual temos deveres para com o outro. Não somos apenas cidadão do céu (Fp 3.20), somos também cidadãos da Terra. Devemos investir nos relacionamentos horizontais, mantendo sempre em mente que o salvo em Cristo não é uma ilha. Precisamos uns dos outros. [Comentário: O princípio dominante deste capítulo é o amor. Paulo falou da importância do amor antes de oferecer exemplos de como devemos nos portar (12.9-10) e voltará ao mesmo tema em 13.8-10. Jesus citou o amor nos dois grandes mandamentos, e Paulo o vê como a qualidade fundamental em todo o nosso serviço a Deus. Ao falar de nosso dever como cidadãos, Paulo não afirmou que os governos sejam sempre bons. Ele identifica a função básica do governo e, mais ainda, a obrigação do crente de ser submisso às autoridades. Lembremos que naqueles dias, quando escreveu esta carta, o império romano foi dominado por um dos piores líderes da história, Nero. Nessa situação, não coube aos crentes se rebelar contra o governo. A vingança pertence a Deus! Por isso, o crente não procura a vingança (12.19-21), pois ela pertence a Deus. Mas ele emprega os governos para trazer a vingança divina contra os malfeitores. Finalmente, vimos que o dever primordial do crente é o amor, um fato fundamental para entender as aplicações dos próximos capítulos. Toda a lei de Deus se resume no amor. Adultério, homicídio, furto, cobiça, etc., são atos contra outros que ferem o princípio do amor divino, modelo a ser por nós imitado. O crente deve viver no contexto da eternidade. Cada um de nós está se aproximando ao nosso encontro com Deus, por essa razão, não podemos brincar com o pecado, nem praticar as obras das trevas que o mundo faz. Quem vive despreocupado com a eternidade certamente não estará preparado para o seu encontro com o Senhor.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Hoje, em Campina Grande-PB
Maio de 2016
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Quem constitui as autoridades?
Deus. As autoridades são ministros a serviço de Deus, mesmo que sejam governantes pagãos, como, por exemplo, os imperadores Ciro e Nabucodonosor.
Qual a razão do crente se submeter às autoridades?
Paulo mostra que a sujeição por parte dos cristãos às autoridades deve-se primeiramente por razões de obediência.
O que pode acontecer quando a sociedade deixa de obedecer às autoridades?
Caos e desordem.
Qual o princípio bíblico em relação às autoridades?
O princípio bíblico em relação às autoridades é que o cristão as respeite e as honre (Rm 13.7).
O que significa “a ninguém devais coisa alguma” (Rm 13.8)?
Em palavras atuais, significa que o crente deve ter o “nome limpo na praça”. Por outro lado, Paulo reconhece outra natureza de dívida, esta não negativa, mas positiva para o crente. A dívida do amor. Não podemos dever nada a ninguém, exceto “o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Deveres civis, morais e espirituais
A história da humanidade pode ser contada a partir das sucessivas tentativas de derrubadas e soerguimentos de governos humanos. Ora, o Antigo Testamento mostra com clareza as derrubadas de impérios e reinos, e o levantamento de outros reinos no lugar daqueles abatidos. A história da humanidade também é uma história da busca e de conquista do poder.
Na época do apóstolo Paulo, o sistema de governo vigente no mundo era a Monarquia Absolutista. O poder era centralizado na pessoa do imperador de Roma. Quando o apóstolo se refere sobre a devida obediência às “Autoridades superiores”, ele se referia a autoridade civil exercida pelo governo de Roma, bem como a referência direta aos administradores do governo romano.
Um ponto que é claro na epístola, e no capítulo 13, é que as obrigações que incidem em nossa sujeição às autoridades civis, mediante ao ensino apostólico, significam fazer a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Neste sentido, devemos obediência ao governo civil porque, em primeiro lugar, toda autoridade provém da parte de Deus. Neste caso, o governo e os magistrados são responsáveis para punir o malfeitor e assegurar o bem estar das pessoas de bem (Rm 13.2-5). Outro ponto: a obediência à autoridade não pode ser apenas pelo medo de ser punido, mas pela consciência de que é uma instituição divina (13.5). Entretanto, quando lemos a carta de Paulo aos Romanos, mais especificamente o trecho sobre as autoridades civis, nós devemos levar em conta algumas questões importantes:
1. O sistema de governo de Roma na época de Paulo não é o mesmo do atual.
2. Diferentemente da Monarquia Absolutista, hoje a maioria das nações tem o sistema de governo sob a perspectiva de leis, segundo o advento das Constituições.
3. No regime das Constituições, o chefe do Estado, apesar de ser uma autoridade com poderes previstos na Constituição, não é um déspota, mas o servidor da nação com limites muito claros e delimitados segundo o sistema constitucional.
4. Se a autoridade for responsável por crime de responsabilidade ou atentar contra a probidade administrativa, a Constituição prevê caminhos para a destituição dessa autoridade.
Portanto, hoje o que caracteriza a desobediência civil é o descumprimento da Constituição e do sistema de Leis vigente em nossa nação.