sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Subsídio Escola Dominical CPAD - LIÇÃO 08 - BONDADE QUE CONFERE VIDA


BONDADE QUE CONFERE VIDA
Leitura Bíblica: I Jo. 3.15 – Texto Áureo: Mt. 5.20-26



Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a bondade, veremos inicialmente que essa está diretamente relacionada à benignidade. Em seguida, destacaremos as características dessa virtude do fruto do Espírito. Compararemos também a bondade com o homicídio, enquanto obra da carne, que destrói a vida. Em um no qual predomina a cultura da morte, devemos levar a vida através da bondade, tendo Cristo como o maior exemplo, ainda que não sejamos correspondidos.

1. BENIGNIDADE E BONDADE
Há quem assuma que benignidade (gr. chrestotes) e bondade (gr. Agathosune) sejam virtudes gêmeas do fruto do Espírito. Essa compreensão é justificada porque se pressupõe bondade da benignidade. As pessoas que agem de maneira bondosa assim o fazem porque são conduzidas pelo Espírito, que produz nelas a benignidade. A palavra grega para bondade se encontra apenas quatro vezes no Novo Testamento, especificamente nos escritos paulinos (Rm. 15.14; Gl. 5.22; Ef. 5.9 e II Ts. 1.11). Nos contextos nos quais esse termo se encontra, está relacionado ao serviço cristão, ao exercício da generosidade. Estamos vivendo em um contexto materialista e consumista, no qual as pessoas não querem perder aquilo que possuem. O desprendimento é uma virtude cada vez mais escassa, o individualismo está degenerando a sociedade. Não podemos esquecer que fomos chamados para o amor (gr. agape), que deve ser demonstrando tanto a Deus quanto ao próximo (Mc. 12.29-31). Jesus é o maior exemplo de serviço, Ele mesmo assumiu que veio para servir, e não para ser servido (Mc. 10.45). Mesmo sendo Deus, não teve por usurpação o ser igual a Deus, tomando a forma de servo (Fp. 2.9). Deu exemplo ao lavar os pés dos discípulos, quando esses debatiam a respeito de quem seria o maior (Jo. 13). A igreja cristã deve ter a generosidade como prática constante. A esse respeito Paulo elogiou as igrejas da macedônia, pois aqueles irmãos, “em muita prova de tribulação, houve abundancia do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superanbundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo seu poder e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente” (II Co. 8.2,3). Os cristãos de Jerusalém tinham tudo em comum, e não haviam necessitados entre eles, por causa do exercício da koinonia (At. 4.34,35).

2. CONTRA A CULTURA DA MORTE
A bondade é uma virtude que se opõe diretamente à cultura da morte, ao homicídio que é uma obra da carne. Desde o princípio o Senhor havia estabelecido como Lei para o povo de Israel o “Não matarás” (Ex. 20.13), que na verdade, o termo hebraico rasah seria melhor traduzido por “Não cometerás assassinato”. Ao reinterpretar essa palavra, Jesus destacou que há pessoas que atentam umas contra as vidas das outras, não apenas através de objetos que as firam fisicamente, mas também moralmente e espiritualmente, através das palavras (Mt. 5.21,22). Seguindo essa orientação do Mestre, o apóstolo João assume que aqueles que aborrecem seus irmãos estão agindo como homicidas (I Jo. 3.15). Não podemos incitar a cultura do assassinato, existe nos dias atuais uma tendência a favorecer tudo o que é destrutivo. As pessoas se alimentam de práticas mortíferas, elas fazem sucesso nos cinemas e nos jogos eletrônicos. Os cristãos costumam ser criticados porque se posicionam pela vida, sendo contrários ao aborto e a eutanásia, inclusive a pena de morte. Existe violência demais neste mundo, e quanto mais ela for incitada, um tanto pior. As pessoas estão se consumindo, a destruição começa pela ganância, o ódio predomina, ao invés do amor. Devemos ter como fundamento a generosidade de Deus em relação a nós, e nos envolvermos em uma revolução amorosa. De modo que se alguém nos insultar, devemos responder com amor, e não “na mesma moeda”, contrariando a justiça dos homens. Essa é uma atitude que exige renúncia dos seguidores de Cristo, considerando que Ele mesmo deixou o exemplo, ao perdoar seus algozes na cruz. Ele não retribui de acordo com as iniquidades, se assim fizesse todos nós seríamos condenados. Por isso Paulo é categórico ao afirmar que “Ele nos amou sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5.8; 12.19-21).

3. PELA PRESERVAÇÃO DA VIDA
Como cristãos devemos propagar a cultura da vida, pois Jesus é a Vida, nEle desfrutamos (Jo. 11.25; 14.6). E por que Ele é a vida, tendo Ele mesmo entregue Sua vida por nós, não podemos difundir a violência. Essa revolução passa pela disposição para perdoar, trata-se de uma condição que somente pode assumir aqueles que foram alcançados pela graça divina. Não devemos incitar à vingança, muito menos a práticas injustas, antes ao amor. É comum os cristãos se oporem ao aborto e a eutanásia, mas são favoráveis à pena de morte. Devemos defender a vida em todas as circunstâncias, pois não nos compete punir com a morte quem quer que seja. Devemos também ampliar nosso horizonte, e perceber que existem pessoas sendo mortas nos hospitais, por falta de assistência médica de qualidade. A violência predomina nas ruas porque os governantes não cumprem o papel que deveriam. Alguns políticos, ainda que indiretamente, estão fomentando a violência, na medida em que tratam com descaso a pobreza e a miséria. A defesa da vida passa por muitos lugares, inclusive por nós mesmos, e não apenas pelas nossas opiniões, mas também pelas ações. Os cristãos que são contra o aborto também deveriam defender a existência de órgãos públicos (ou mesmo religiosos) que recebam crianças de mães que não têm condições de criar seus filhos. Apenas criticar, ou até mesmo criminalizar, não resolve a situações do aborto. Ele vai continuar existindo clandestinamente, precisamos defender a vida sempre, mas criar alternativas viáveis para assistir as mães que engravidaram, mas não podem criar seus filhos.

CONCLUSÃO
Tratar na mesma moeda não resolve, a esse respeito é importante lembrar: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm. 12.19-21). Esse procedimento faz toda diferença na sociedade contemporânea, como cristãos não devemos nos opor ao trabalho da justiça, mas temos a opção pessoal de responder com bondade, ao invés do ódio e da vingança.

BIBLIOGRAFIA
BARCLAY, W. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2000.

KELLER, W. P. Frutos do Espirito. Venda Nova: Betânia, 1981

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

EJADEP 2017 EM PARAÚ - Inscrições abertas para as caravanas que desejarem participarem.






CONTAGEM REGRESSIVA PARA O EJADEP 2017
FALTAM APENAS 14 DIAS.
Caravanas interessadas em participarem, deve confirmar até ao dia 20 de Fevereiro de 2017, pelo telefone ou ZAP - 9 98737103.
Estaremos oferecendo hospedagem e alimentação, somente para as caravanas, que confirmarem com antecedência. TAXA  DE INSCRIÇÃO: R$ 30,00 reais por pessoa.
Obs. "INSCRIÇÕES LIMITADAS"

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Subsídio Escola Dominical - Lição 06 - PACIÊNCIA EVITANDO AS DISSENÇÕES

1 de fevereiro de 2017

Lição 06

PACIÊNCIA
EVITANDO AS DISSENÇÕES
Leitura Bíblica: Rm. 12.12 – Texto Áureo: Tg. 5.7-11




Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD


INTRODUÇÃO
Vivemos em um mundo impaciente, cheio de dissenções e ansiedades, no qual as pessoas não conseguem esperar. Na aula de hoje estudaremos a respeito da paciência (ou longanimidade), enquanto virtude do fruto do Espírito. Veremos também que essa é uma resposta cristã à impaciência, tão comum nos dias atuais. Ao final, destacaremos a importância de aprender a esperar no Senhor, e a saber que Ele está no comando de todas as situações, ainda que tudo pareça fora de controle.

1. DISSENÇÃO E IMPACIÊNCIA
A dissenção é uma obra da carne, que coloca as pessoas umas contra as outras, resultante da falta de paciência. A palavra grega que define esse comportamento é eris, e tem uma ligação direta com echthra – inimizade. Esse termo aparece nos textos antigos como um sentimento que dilacera a vida das pessoas. Também pode ser traduzida por contenda, e tem relação direta com as necessidades impostas ao mundo. As pessoas, nesses tempos de modernidade líquida, disputam espaço umas contra as outras. A fim de suprirem suas necessidades, algumas delas impostas pela mídia, há quem esteja consumindo sua espiritualidade. O tempo, para tais pessoais, é sempre insuficiente, de modo que não conseguem encontrar satisfação. Há aqueles que não conseguem parar, o silêncio os perturba de maneira que estão sempre em ação. A oração, para aqueles que estão viciados nesse pragmatismo, é algo que os incomoda. Paulo geralmente faz uso da palavra eris – dissenção – no contexto da vida da igreja. Por isso, em sua I Epístola aos Coríntios, discorre a respeito das facções dentro da comunidade cristã (I Co. 1.11; 3.3). As disputas dentro das igrejas são cada vez mais comuns, a política eclesiástica está destruindo a vida de vários obreiros. A busca por status e dinheiro está adoecendo a muito, principalmente aqueles que profissionalizaram o ministério. Mesmo entre os membros da igreja existem aqueles que querem posição e reconhecimento. Entre os que estão na meia-idade, obreiros e leigos, vivem comparando sua condição com a de outros. Tais dissenções geram impaciência, a demora para chegar onde desejam fazem com que fiquem frustrados. A eris entra, por conseguinte, como um veneno, a fim de destruir o outro, e disseminar a discórdia, a fim de tirar algum proveito.

2. PACIÊNCIA DIANTE DAS AGITAÇÕES
A alternativa espiritual para as dissenções, e por sua vez, a impaciência, é a longanimidade. Essa palavra, que também é traduzida como paciência é makrothumia no grego neotestamentário. Trata-se, portanto, de uma disposição para suportar, principalmente as adversidades. Ser longânimo, no sentido bíblico, é ter um “pavio longo”, isto é, não se precipitar, nem perder a paciência. O sofrimento pode nos levar ao desfalecimento, quando somos provados temos a tendência a desesperar. O autor da Epístola aos Hebreus destaca, porém, que a correção de Deus resulta em maturidade espiritual (Hb. 12.7-11). É preciso cultivar a paciência, a fim de não desistir da caminhada, pois ser paciente tem tudo a ver com perseverança (Cl. 1.9-11), e essa é gestada na tribulação, que nos ensina a ter esperança e a nos alegrar no Senhor (Rm. 5.3,4). As pessoas verdadeiramente sábias são aquelas que mostram paciência, pois elas não se precipitam quando precisam tomar decisões (Pv. 14.29). Essas são pessoas que desfrutam da paz de Deus, elas não incitam as dissenções umas contra as outras, sabem que suas vidas estão nas mãos do Senhor (Pv. 15.18). Ao invés de se apressarem, e desejarem ter o que não lhes pertencem, ou mesmo quando são vítimas de injustiça, encontram forças em Deus para continuar (Pv. 16.32). Aqueles que cultivam a paciência sequer guardam rancor, elas são capazes de reconhecer as angústias dos outros, por isso estão dispostas a perdoar (Cl. 3.12,13).

3. ESPERANDO COM PACIÊNCIA
Existem vários exemplos bíblicos negativos de pessoas que, mesmo que por algum tempo, demonstraram impaciência. Dentre elas destacamos: Abraão, que se adiantou para ter um filho, distante do propósito de Deus (Gn. 15.5); Jacó, ao querer ser um líder antes do tempo, tomando decisões precipitadas (Gn. 25.23); Saul, quando quis assumir uma posição para a qual não foi chamado (I Sm. 10.8-10); e Jonas, por causa da graça de Deus demonstrada aos ninivitas (Jn. 4.2). Ainda bem que existem exemplos bíblicos positivos, tais como os profetas do Antigo Testamento, que falaram em nome do Senhor (Tg. 5.10); Davi, que aprendeu a esperar com paciência no Senhor, ciente de que Ele estava atento às suas orações (Sl. 37.7); Jó, o homem íntegro e reto, que mesmo diante das adversidades, soube confiar no Deus da promessa (Tg. 5.11).  Com esses devemos aprender a esperar com paciência no Senhor, sabendo que Ele está no comando das situações. O próprio Deus se apresentou a Moisés como paciente (Ex. 34.6,7), que não se apressou em punir os pecadores, até mesmo aqueles que se rebelaram nos dias de Noé (I Pe. 3.20). O povo de Israel contrariou o Senhor por várias vezes, especialmente durante a peregrinação rumo a Terra Prometida, mesmo assim Ele se mostrou longânimo e beneficente (Nm. 14.18). A longanimidade do Senhor é motivo suficiente para que nos coloquemos na disposição do Espírito Santo, para que esse produza neles o Seu fruto. Se assim fizermos, não seremos consumidos pelas dissenções, antes seremos pacientes uns com os outros (I Ts. 5.14). Os ministros do evangelho precisam desenvolver essa virtude, para que sejam obreiros aprovados na Seara do Senhor (II Tm. 4.1-5).

CONCLUSÃO
A paciência está relacionada à tribulação, dificilmente alguém conseguirá essa virtude, sem passar pelo vale da sombra da morte. Na medida em que enfrentamos as adversidades, e as suportamos com longanimidade, aprenderemos a suportar intempéries ainda maiores. Na pedagogia de Deus, as provas são nos dadas no início da aula, para que possamos tirar as lições depois. Essas circunstâncias servem para formar em nós a paciência, para que sejamos aptos a continuar esperando no Senhor e a depender da Sua Soberana vontade.

BIBLIOGRAFIA
BARCLAY, W. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2000.
OLIVEIRA, A. G. Os frutos do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.